Você já se pegou tentando lembrar uma palavra que está na “ponta da língua”, mas não conseguiu de jeito nenhum?

Ou quando era estudante e, na hora da prova, lembrava de ter visto aquele determinado conceito em algum lugar, mas falhou em recordar da onde e teve que deixar a questão em branco?

Neste artigo, vamos conhecer 4 métodos para não esquecer o que estudou baseados no livro Ultra-aprendizado, de Scott Young. Vamos lá?

Por que é tão difícil lembrar?

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Como podemos reter aquilo que aprendemos?

Como podemos nos proteger contra o esquecimento de habilidades e fatos que demandaram tanto esforço?

Como podemos armazenar nossos conhecimentos de uma forma que eles sejam facilmente recuperados no momento em que precisarmos?

Em Ultra-aprendizado, Scott Young diz que para entendermos a aprendizagem, precisamos entender como e porque nós esquecemos.

Esquecer conhecimentos previamente aprendidos tem sido um problema para estudantes, educadores e outros profissionais.

Em um estudo, foi relatado que o atendimento dos médicos vai piorando de acordo com o tempo de trabalho deles, já que o conhecimento acumulado na faculdade vai sendo gradualmente esquecido, mesmo se estes médicos trabalharem em tempo integral.

Mas voltando às causas do esquecimento, psicólogos identificaram três teorias que ajudam a explicar por que esquecemos muito do que aprendemos inicialmente.

Elas são:

  • Deteriorização;
  • Interferência;
  • Falha na recuperação.

Vamos entender melhor sobre cada uma delas.

Deteriorização

Esta primeira teoria diz que as lembranças simplesmente se deterioram com o tempo, sendo algo inevitável.

Em outras palavras, conseguimos nos lembrar dos acontecimentos, notícias e coisas que aprendemos na semana passada com muito mais clareza do que aquilo que aprendemos há um mês.

É como se nossas lembranças fossem como areia em uma ampulheta, escapando de nós à medida que nos afastamos delas.

Mas, para Scott, essa teoria não fornece a explicação toda, já que algumas pessoas conseguem ter memórias vívidas de eventos da primeira infância, mas não conseguem se lembrar do seu café da manhã da última terça-feira.

Ou seja, mesmo que a deteriorização seja um fator considerável para o nosso esquecimento, parece que ele não é o único.

Interferência

A segunda teoria diz que as nossas lembranças acabam se sobrepondo quando são armazenadas no nosso cérebro.

Isso significa que informações similares, mas distintas, “competem” umas com as outras, como se o espaço onde a informação deseja ser armazenado já estivesse ocupado.

Imagine, por exemplo, que você está aprendendo o conceito de reforço negativo na psicologia. Neste caso, “negativo” significa “ausente” e não “ruim”.

Ou seja, reforço negativo seria encorajar um comportamento removendo algo, como um estímulo doloroso.

Mas como já estamos acostumados a associar a palavra “negativo” com “ruim”, pode ser que seja difícil lembrar este novo significado.

Falha na recuperação

Já a terceira teoria do esquecimento afirma que muitas das lembranças não foram esquecidas, só estão inacessíveis.

Ou seja, para que algo seja lembrado, esta coisa precisaria ser recuperada da memória.

Para Scott, esta teoria tem suas vantagens, já que faz sentido naqueles momentos em que estamos com uma palavra na ponta da língua, mas que não conseguimos lembrar imediatamente.

Esta teoria também sugere que reaprender algo é muito mais fácil do que aprender algo pela primeira vez.

Porém, esta também não é a explicação perfeita para o porquê esquecemos.

De acordo com Scott, no final das contas, reter conhecimento é lutar contra a inevitável tendência humana de esquecer, um processo que ocorre com absolutamente todos e que é impossível de evitar completamente.

No entanto, certas estratégias – como as que falaremos a seguir – podem ajudar a contrabalancear nossas taxas de esquecimento de longo e curto prazo e fazer grande diferença em nossa capacidade de memorização.

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Como evitar o esquecimento?

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Para Scott, esquecer é a regra, não a exceção.

E, por isso, os ultra-aprendizes que ele encontrou inventaram diversas estratégias para lidar com isso.

Os métodos se dividem em atacar os problemas de retenção do que se aprendeu na primeira semana e de como manter as habilidades e os conhecimentos adquiridos depois que um projeto é finalizado.

1- Espaçamento

Esta primeira técnica consiste em dividir as sessões de estudo em mais intervalos e ao longo de um período maior.

Logo, se você tiver dez horas para aprender algo, faz mais sentido passar dez dias estudando uma hora em cada um do que passar dez horas estudando de uma vez só, se o seu objetivo é a retenção de longa duração.

É claro que aqui você precisa encontrar o ponto de equilíbrio entre o intervalo longo demais e o curto demais, já que espaçar pouco as sessões de estudo pode acarretar na perda da eficiência e espaçar demais pode fazer com que você esqueça o que aprendeu.

E é aqui que os Sistemas de Repetição Espaçada entram em cena, sendo um instrumento para tentar reter o máximo de conhecimento com o mínimo de esforço.

Sistemas de Repetição Espaçada são a espinha dorsal de aplicativos como Duolingo e Memrise e de programas como o Anki e dizem que um conteúdo precisa ser revisado com uma certa frequência para que as informações não sejam esquecidas.

Sendo um guia de estudos popular para estudantes de Medicina – que precisam se lembrar de muitas coisas – os Sistemas de Repetição Espaçada costumam funcionar muito bem para aprender:

  • Fatos;
  • Conhecimentos gerais;
  • Vocabulários;
  • E definições.

2- Procedimentalização

Você já ouviu alguém dizer que alguma coisa é “como andar de bicicleta”?

Existem evidências de que habilidades procedimentais, como andar de bicicleta, são armazenadas de forma diferente do conhecimento descritivo, como saber o Teorema de Pitágoras, por exemplo.

Assim, este tipo de conhecimento é menos suscetível de ser esquecido do que aquele conhecimento que exige rememoração explícita.

Um outro ótimo exemplo disso é a digitação. Depois de um tempo da prática da digitação no teclado, você acaba memorizando as posições das letras e não precisa ficar olhando para baixo para digitar a todo momento.

De acordo com Scott, a dica aqui é, ao invés de aprender de maneira uniforme um grande volume de informações ou habilidades, você pode se dedicar muito mais frequentemente a um conjunto principal de informações procedimentais e armazená-las de maneira mais durável.

Por exemplo, ao ser forçado a falar um idioma constantemente, é bem provável que você repita um conjunto central de frases e padrões tantas vezes que você não vai esquecê-los.

3- Superaprendizado

O superaprendizado nada mais é do que uma quantidade extra de prática, além daquela necessária para ter um desempenho adequado.

Assim, ao pegar um certo conjunto de habilidades e as praticar um nível acima, de modo que as habilidades inferiores sejam super-aprendidas, pode-se aumentar o tempo de armazenamento das lembranças.

Em Ultra-Aprendizado, é mencionada uma pesquisa com alunos de álgebra que demonstrou isso muito bem.

A maior parte dos alunos que frequentaram as aulas de álgebra e foram testados de novo anos depois haviam esquecido grande parte do conteúdo, mesmo se você comparasse alunos bons e ruins na matéria.

Mas um grupo não apresentou um declínio tão acentuado no esquecimento: aqueles que estudaram cálculo, ou seja, que subiram um nível acima em direção a uma habilidade mais avançada.

Ao estudarem cálculo, estes alunos fizeram com que a habilidade álgebra fosse superaprendida, evitando, um pouco, o esquecimento.

4- Mnemônicos

Os mnemônicos são um conjunto de técnicas utilizadas para auxiliar o processo de memorização e consistem na elaboração de suportes como os esquemas, gráficos, símbolos, palavras ou frases relacionadas com o assunto que se pretende memorizar.

Por exemplo, para lembrar da posição do seno e do cosseno existe o mnemônico: “Quem tá de pé tá sem sono, quem tá deitado tá com sono.

Nesse caso, o sem significa seno e o com significa cosseno.

Em Química, para saber a ordem de balanceamento dos elementos de uma equação, um outro exemplo seria o acróstico MACHO:

  • M: Metais;
  • A: Ametais;
  • C: Carbono;
  • H: Hidrogênio;
  • O: Oxigênio.

Para Scott, os mnemônicos são excelentes opções para o aprendizado de idiomas e terminologias principalmente quando combinados com os Sistemas de Repetição Espaçada.

Criando uma rotina de aprendizado

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Para todas as técnicas que a gente falou neste artigo, você precisará criar um momento em sua vida diária para ter essa rotina de aprendizado e retenção de conhecimentos.

E é exatamente isso que a gente vai aprender agora lá dentro do App Flynow Produtividade (explicação completa no vídeo do começo do artigo no minuto 08:37 🎥).

Na aba Tarefas, clique no ícone de “+” no canto inferior direito e preencha as informações. Ex:

  • Título: Rotina de Estudo;
  • Categorias: Intelectual e Profissional;
  • Horário de Início e Fim: 7h às 8h;
  • Frequência: De Seg à Sex.

Lembrando que ao adicionar a tarefa, você pode ir no checklist diário e anotar a cada dia o que você deseja estudar ou memorizar.

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